Desde a primeira vez em que ouvi falar de notetaking, eu quis praticar o processo. Faz parte do Porque quero tomar notas. Mas o problema é que, na ânsia de querer começar logo, de querer fazer certo da primeira vez, acabei me deixando levar pelos complicadores profissionais do universo do PKM.

É preciso entender que cada pessoa acaba tomando notas à sua própria maneira, e isso acontece porque as minhas necessidades que levam cada um a tomar notas são motivadas por fatores que são diferentes de pessoa para pessoa. Não existe um remédio universal, uma solução única para um problema, e achar o contrário causa uma fricção gigantesca, que nossa mente macaco adora.

Ao invés de tomar notas com papel e caneta, por ser alguém muito ligado à tecnologia, decidi optar pelo notetaking digital. E logo minha cabeça foi dominada pela mente macaco. Entre as decisões que por algum motivo eu me vi forçado a tomar estavam:

  • Onde eu devo colocar a nota?
  • Como devo nomear a nota?
  • Devo usar pastas? Usar tags? Não usar nada?
  • Como eu tenho que estruturar o documento?
  • Uso Zettelkasten não é complicado e sigo o que a maioria está fazendo?
  • Se eu usar o Zettelkasten e quiser registrar apenas um pensamento simples, isso é uma nota permanente, uma nota de literatura ou uma fleeting note? E por que?
  • Será que eu vou olhar pra essa nota algum dia de novo no futuro?

Devido a tanta fricção, muitas das ideias que eu tive ao longo do meu contato com notetaking nunca sobreviveram, e a minha vontade de continuar a tentar quase se esgotou. Ou seja, percebi que por não levar em conta, para minha própria sanidade mental, os princípios Don’t make me think e don't make me decide, tornei a fricção uma assassina de ideias.

A situação somente se inverteu depois que eu me deparei com as ideias do Taylor Hadden e seu próprio processo de notetaking, ao qual ele chamou de Wikilogging. É este o processo que passei a praticar e que me salvou.


Tags
notes

Date
2023-01-20